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Novembro 23, 2020
ardes no meu sangue sempre
que faço comprimido das palavras
e sempre as chamas roçam a memória
se tens asas
é porque da tua alma desponta a transparência
ou o vitrificável fulgor
com que me consome o teu fogo durante o silêncio
é porque o teu sorriso vibra como adolescentes
chegas e com o coral que te cresce nos dedos
desenhas-me o sossego no peito
cruzaste a vida e o mar
com a urgência esdrúxula das marés
talvez sejas só um pássaro marítimo
e talvez venhas só de um rumor longínquo