nem a maciez rígida das tuas pernas...
Dezembro 29, 2020
nem a maciez rígida das tuas pernas, nem o fresco e azul calor que delas provinha, me prepararam para o misterioso trovão nas minhas costas, provocado pelo nervo da tua virilha a contrair-se na minha mão. depois, desviei a ternura e deixei que os meus dedos te bebessem. arqueaste o corpo. rodeava-nos um azul e frágil silêncio. nesse momento, enquanto bebia na fonte de rosas, estava a beijar-te e senti que engoliste um gemido.
na nossa pele havia ondas.
ondas de fogo e sangue, vertiginosas.
as tuas ancas doces
intimidavam o tempo com o desejo e deslizavam-me nas mãos. rodei e deixei-me tombar sobre o teu corpo. as tuas mãos exploravam e pressionavam as minhas costas.