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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

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>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

2002 - parte I

Janeiro 01, 2002

Inspiração


 


 


      Negros olhos cintilantes


  que percorrem os meus,


       que exploram


   como flechas penetrantes


     caminhos que já são teus!


 


          Mãos que me guiam


  por selvas de sentidos,


     que me tocam, arrepiam,


 que revelam prazeres escondidos!


    


     ...és tu que me inspiras


  e, embora sem saberes, que me orientas.


 Enquanto sorris, enquanto respiras


      e sempre que a tua beleza ostentas


   estás a escrever mais um verso,


     estás a fazer-me sonhar e escrever,


 estás a deixar-me imerso


    em paixão, loucura e prazer...


 




Anita Princesa Mulher


 


Cruel é o sonho de quem sonha


na sensual nudez do teu peito,


se quando te sorrir a vergonha


tiver que acordar desse sonho perfeito.


 


Princesa Mulher, deixa-me sonhar!


Quero dormir e acordar em teu leito,


quero tocar-te e sentir-me voar,


quero-te feliz ou triste ou zangada,


quero rir, chorar, beijar-te e cantar,


quero olhar-te pela serena madrugada,


quero sentir o toque da tua mão


e abraçar teu corpo vestido de paixão.


 


Anita Princesa, Princesa Mulher,


deixa-me sonhar enquanto eu puder!


Não me chega a lua, nem o sol ardente,


nem todas as estrelas brilhantes,


preciso de ouvir a tua voz nitente


e de sentir os teus lábios vibrantes.


 


Anita Mulher, Bailarina do Amor,


dá-me o que tiveres mesmo que seja dor.


Abraça-me e beija-me e sonha comigo,


quero ser o teu amante e o teu abrigo.


Quero tudo que queiras também partilhar


só não quero que me deixes acordar.




Íntimo Furor


 


Íntimo furor


de prazer,


de sabor.


Incendeia-me sem ver,


usando o calor


do teu corpo em fogo e flor.


Incendeia-me de alegria


com a cor,


com o som da magia,


penetrante


como um tango,


como o ruído em teus lábios


que arrepia loucos e sábios.


 


Incendeia-me em aromas


com o perfume dos teus seios,


com as fantasias entreabertas


que me despertam


doces maresias,


desejo.


Sinto desejo


como quem sente


o beijo suave e quente


de tua boca encantada,


jardim vermelho,


devasso.


 


Incendeia-me em sentir


com a tua pele dourada,


vestida de pétalas


orvalhadas por diamantes


sonhados.


Incendeia-me em loucura


com a tua pele molhada,


despida num abraço


de chamas ardentes,


suada.


 


Incendeia-me com a música


dos teus gemidos sedentos,


com os movimentos


do teu corpo arqueado,


derrotado


por ondas de prazer


incessante.


Incendeia-me de Amor.


Incendeia-me Amor!


 

 

Silêncio

Fechem os olhos


Ouçam o que vos diz  o silêncio...


Ouvem-no segredar-vos?


 


“Pssst.... Hoje é o dia de renascer...


Lavem-me com os cristais salgados,


que aproveitam as vossas lágrimas,


para com a recordação, descerem ao Mar.


Quero com eles, chegar ao Mar e renascer.


O Sol erguer-me-á novamente,


subirei nas asas da Alegria


e das nuvens, meu destino,


na seda que vos veste,


voltarei a traçar o vosso.


 


Não vos fala da mesma forma


O vosso silêncio?


Chorem um pouco mais,


só com lágrimas o ouvirão,


por entre o tilintar


da chuva de sentimentos,


dizer-vos que basta.


 


Sombras e fantasmas povoavam


a casa do meu silêncio.


Impediam-no de me segredar


e trocavam o sentido das


palavras que por vezes lhe ouvia.


 


Por sinuosas e tortuosas estradas


chorei e caminhei noites sem fim.


Caí por poços de recordações


chorando e ansiando um fundo.


Chorava por alternativas,


mas com lágrimas de desespero,


em veias poluídas de loucura,


arde apenas  sangue envenenado.


Sangue que não liberta.


Sangue que oculta o silêncio


Sangue que sufoca a Alma.


 


Uma noite, depois de um sonho em que as sombras


me escondiam as alternativas, uma  Margarida Branca


acordou ao meu lado e falou-me em nome do silêncio:


 


“Lava o teu coração,


liberta-o da impureza das certezas


chorando com as dúvidas.”



Libertei-me!


E com as lágrimas,


que me queimavam os olhos,


surgiram primeiro suaves sussurros


e por fim palavras.


 


Palavras que serão vossas.


 


“Pssst.... Hoje é o dia de renascer...


Lavem-me com os cristais salgados,


que aproveitam as vossas lágrimas,


para com a recordação, descerem ao Mar.


Quero com eles, chegar ao Mar e renascer.


O Sol erguer-me-á novamente,


subirei nas asas da Alegria


e das nuvens, meu destino,


na seda que vos veste,


voltarei a traçar o vosso.”


 


Escutem o que vos diz o silêncio


É a vossa Alma que vos fala.


 


 


 


 




Portugal


 


Mar território


de universal coração;


coração promontório


de poesia, mar e paixão.


 


 


 




Amar-te


 


Amar-te é simples sorrir


Cor, sabor e sentidos...


Escondidos.


Voar e nadar


Em pétalas,


em seda.


Amar-te é simples sonhar.


 




Noite Comum


 


A noite veste-se de lua,


vagueio escondido,


procuro flores.


No limiar da cidade


pedras empilhadas,


zincos e luzes,


reflexos.


Lixo e terra batida.


Numa imagem sumida


vislumbro homens.


Carregam cruzes.


Homens e mulheres,


na penumbra,


procuram vida.


Vagueio sozinho


na noite agora nua.


Perdido.


Rodeado de vidro,


vidro agora vazio,


choro pela dor


de toda a cidade,


espero alguma luz.


Comigo, a noite


agora crua e nua,


espera também.


Sons. Medos. Sirenes.


Desilusões. Gritos.


Homens, mulheres


e cruzes. Cruzes de zinco.


Lama.


Noite comum.


Tão perto de mim,


tão perto do banal.


Depois do silêncio,


a luz finalmente –


o Sol.


Não vi flores.


Faltam 14 horas


para recomeçar.




Sem Abrigo


 


Caminha


sozinho na noite


fria


o sem amor.


Uma mão


suja de dor


a outra,


de maior sorte,


carregando


a própria morte.


Chega-lhe o sono


e sem receio,


protegido


pelo abandono,


deita o corpo


dorido


no duro passeio.


Tapado por


negras luas


dorme


nas ruas


o sem sonhos,


dorme e sobrevive


apenas


nos entressonhos


da sua declive


inexistência.


Loucura?


Demência?


Não Creio.


É tortura!


É vida perdida


por entre o centeio


da própria vida.




Fingimento


 


Mesmo à distância,


ilumina-me o brilho negro


dos olhos incandescentes


duma princesa dourada.


Choro por eles


e contemplo nas minhas lágrimas


as marcas de beleza na sua face.


Por amor


e por desejo


contemplo,


contemplo mas choro por dentro.


 


Uma linha do meu trabalho,


mil páginas de lágrimas.


Finjo duas páginas de trabalho


enquanto contemplo na minha dor


aquele sorriso de neve


que me completa.


Na saudade


e na recordação


contemplo,


contemplo mas choro por dentro.


 


Continuo,


continuo mas choro por dentro.


Em contínuo acto de infinita mentira


finjo prosseguir


enquanto contemplo apenas.


Contemplo,


contemplo mas choro por dentro.



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