...
Junho 09, 2003
voz numa pedraNão adoro o passadonão sou três vezes mestrenão combinei nada com as furnasnão é para isso que eu cá andodecerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luizdecerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava Joãonenhuma nenhuma palavra está completanem mesmo em alemão que as tem tão grandesassim também eu nunca te direi o que seia não ser pelo arco em flecha negro e azul do ventoNão digo como o outro: sei que não sei nadasei muito bem que soube sempre umas coisasque isso pesaque lanço os turbilhões e vejo o arco írisacreditando ser ele o agente supremodo coração do mundovaso de liberdade expurgada do menstruorosa viva diante dos nossos olhosAinda longe longe essa cidade futuraonde «a poesia não mais ritmará a acçãoporque caminhará adiante dela»Os pregadores de morte vão acabar?Os segadores do amor vão acabar?A tortura dos olhos vai acabar?Passa-me então aquele caniveteporque há imenso que começar a podarpassa não me olhas como se olha um bruxodetentor do milagre da verdadea machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhumanada está escrito afinal
Mário Cesariny