Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.
quando vi pela primeira vez, sob os teus pés despidos, o orvalho na relva transformar-se em lágrimas de luz, compreendi de imediato que sempre houve um sabor a mar nos teus passos. quase corrias, mas, aos meus olhos, os teus pés pisavam lentamente o verde e o esplendor era o orvalho que neles se fazia luz.
nesse dia, o ondular do teu corpo era como os segredos do vento sobre um campo de margaridas. brancas e amarelas, as margaridas ondulavam nas tuas ancas e todo o teu corpo ondulava como elas. quase corrias, mas o vento soprava lentamente sobre o teu corpo e todo ele era a lentidão do mar sob o sol de verão.
desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o meu orvalho nas manhãs de outono, são o meu vento, o meu mar e o meu sol de verão. desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o campo de margaridas onde adormeço para te sonhar. amo, desde esse dia até ao fim de todos os dias, os teus pés e o ondular do teu corpo.
quando vi pela primeira vez, sob os teus pés despidos, o orvalho na relva transformar-se em lágrimas de luz, compreendi de imediato que sempre houve um sabor a mar nos teus passos. quase corrias, mas, aos meus olhos, os teus pés pisavam lentamente o verde e o esplendor era o orvalho que neles se fazia luz.
nesse dia, o ondular do teu corpo era como os segredos do vento sobre um campo de margaridas. brancas e amarelas, as margaridas ondulavam nas tuas ancas e todo o teu corpo ondulava como elas. quase corrias, mas o vento soprava lentamente sobre o teu corpo e todo ele era a lentidão do mar sob o sol de verão.
desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o meu orvalho nas manhãs de outono, são o meu vento, o meu mar e o meu sol de verão. desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o campo de margaridas onde adormeço para te sonhar. amo, desde esse dia até ao fim de todos os dias, os teus pés e o ondular do teu corpo.
falcões enfurecidos estalam relâmpagos nas pontas dos chicotes e obrigam larvas que jamais serão borboletas a palmilharem ruas de esperma pelo sonho de voar
falcões enfurecidos estalam relâmpagos nas pontas dos chicotes e obrigam larvas que jamais serão borboletas a palmilharem ruas de esperma pelo sonho de voar
não há como beber uma longa chávena de cacau lento sem recordar os teus lábios de sol quando me beijam
com cada gota de calor reaviva-se mais e mais a memória o lago em chamas onde navegas com a língua parece inundar as planícies no meu corpo e o amargo e doce de um arrepio percorre-me as costas como se os dedos da tua boca caminhassem no meu peito
talvez por isso seja esta a única vacina para a noite quando a lua morre antes que se canse a tinta de te amar
não há como beber uma longa chávena de cacau lento sem recordar os teus lábios de sol quando me beijam
com cada gota de calor reaviva-se mais e mais a memória o lago em chamas onde navegas com a língua parece inundar as planícies no meu corpo e o amargo e doce de um arrepio percorre-me as costas como se os dedos da tua boca caminhassem no meu peito
talvez por isso seja esta a única vacina para a noite quando a lua morre antes que se canse a tinta de te amar
noitenão chove lá fora,mas todas as luzes se parecem com relâmpagos.eu tenho medo de relâmpagos.muito lentamente, sobre este medo, o vento. o vento lento. a espreitar da minha janela para o meu medo.depois a noite que é sempre noite. maldita noite,há momentos em que te preferia morta. a noitee as luzes, que se parecem com relâmpagos,a dirigirem o vento para a minha janela. e o medodos relâmpagos e do assobiar sombrio do vento.a noite a entrar pela minha janela. lentamente.ah malditas noites, iguais a todas as noites, iguais às trevas que eu sou também,eu que aprendi a destruir todas as sedas e a deixar-me devorar para comer,eu que descobri como transformar em água o sangue da poesia dos outros,se não aprender a amar-vos, quero-vos despidas, mortas e devoradas por cães selvagens! ensinem-me agora a amar-vos ou morram e deixem que brilhe o sol pela eternidade. o vento, devagar, a espreitar. a noite, lentamente, a entrar pela minha janela. o assobio sombrio do ventoe as luzes que se parecem com relâmpagos. o medoe o meu medo de relâmpagos. a minha janela e eu, sozinho, na minha cama com a noite. tanto tempo devagar.* 20/12/2003
noitenão chove lá fora,mas todas as luzes se parecem com relâmpagos.eu tenho medo de relâmpagos.muito lentamente, sobre este medo, o vento. o vento lento. a espreitar da minha janela para o meu medo.depois a noite que é sempre noite. maldita noite,há momentos em que te preferia morta. a noitee as luzes, que se parecem com relâmpagos,a dirigirem o vento para a minha janela. e o medodos relâmpagos e do assobiar sombrio do vento.a noite a entrar pela minha janela. lentamente.ah malditas noites, iguais a todas as noites, iguais às trevas que eu sou também,eu que aprendi a destruir todas as sedas e a deixar-me devorar para comer,eu que descobri como transformar em água o sangue da poesia dos outros,se não aprender a amar-vos, quero-vos despidas, mortas e devoradas por cães selvagens! ensinem-me agora a amar-vos ou morram e deixem que brilhe o sol pela eternidade. o vento, devagar, a espreitar. a noite, lentamente, a entrar pela minha janela. o assobio sombrio do ventoe as luzes que se parecem com relâmpagos. o medoe o meu medo de relâmpagos. a minha janela e eu, sozinho, na minha cama com a noite. tanto tempo devagar.* 20/12/2003