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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

Red Tales

>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

cumplicidades *

Outubro 23, 2004

quando vi pela primeira vez, sob os teus pés despidos, o orvalho na relva transformar-se em lágrimas de luz, compreendi de imediato que sempre houve um sabor a mar nos teus passos. quase corrias, mas, aos meus olhos, os teus pés pisavam lentamente o verde e o esplendor era o orvalho que neles se fazia luz.

nesse dia, o ondular do teu corpo era como os segredos do vento sobre um campo de margaridas. brancas e amarelas, as margaridas ondulavam nas tuas ancas e todo o teu corpo ondulava como elas. quase corrias, mas o vento soprava lentamente sobre o teu corpo e todo ele era a lentidão do mar sob o sol de verão.

desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o meu orvalho nas manhãs de outono, são o meu vento, o meu mar e o meu sol de verão. desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o campo de margaridas onde adormeço para te sonhar. amo, desde esse dia até ao fim de todos os dias, os teus pés e o ondular do teu corpo.


* 20/04/2004

cumplicidades *

Outubro 23, 2004

quando vi pela primeira vez, sob os teus pés despidos, o orvalho na relva transformar-se em lágrimas de luz, compreendi de imediato que sempre houve um sabor a mar nos teus passos. quase corrias, mas, aos meus olhos, os teus pés pisavam lentamente o verde e o esplendor era o orvalho que neles se fazia luz.

nesse dia, o ondular do teu corpo era como os segredos do vento sobre um campo de margaridas. brancas e amarelas, as margaridas ondulavam nas tuas ancas e todo o teu corpo ondulava como elas. quase corrias, mas o vento soprava lentamente sobre o teu corpo e todo ele era a lentidão do mar sob o sol de verão.

desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o meu orvalho nas manhãs de outono, são o meu vento, o meu mar e o meu sol de verão. desde esse dia, os teus pés e o ondular do teu corpo são o campo de margaridas onde adormeço para te sonhar. amo, desde esse dia até ao fim de todos os dias, os teus pés e o ondular do teu corpo.


* 20/04/2004

i n s ó n i a

Outubro 22, 2004

tudo o que ficou por fazer,
está vivo esta noite no fantasma
que me habita o corpo despido.

o chão, de madeira encerada,
recolhe-me e faz-se cama,
enterro as unhas nos espaços entre os tacos
e sangro vontades,
mutilo desejos desordenados.

sou uma sombra nocturna
do sol que ardia na fonte das ambições,
nessa fonte que se recusa a secar
mesmo sabendo que a água não salva.

olho para cima e revejo-me no branco,
no vazio que impede a chuva de entrar.
sou eu, ali em cima, uma mentira,
branca,
vazia.

espalho os membros pela sala,
eis-me, um polvo de mil braços,
que se atrapalham na hora de comer.

i n s ó n i a

Outubro 22, 2004

tudo o que ficou por fazer,
está vivo esta noite no fantasma
que me habita o corpo despido.

o chão, de madeira encerada,
recolhe-me e faz-se cama,
enterro as unhas nos espaços entre os tacos
e sangro vontades,
mutilo desejos desordenados.

sou uma sombra nocturna
do sol que ardia na fonte das ambições,
nessa fonte que se recusa a secar
mesmo sabendo que a água não salva.

olho para cima e revejo-me no branco,
no vazio que impede a chuva de entrar.
sou eu, ali em cima, uma mentira,
branca,
vazia.

espalho os membros pela sala,
eis-me, um polvo de mil braços,
que se atrapalham na hora de comer.

segredos *

Outubro 21, 2004

não há como beber uma longa chávena de cacau lento
sem recordar os teus lábios de sol quando me beijam

com cada gota de calor reaviva-se mais e mais a memória
o lago em chamas onde navegas com a língua
parece inundar as planícies no meu corpo
e o amargo e doce de um arrepio percorre-me as costas
como se os dedos da tua boca caminhassem no meu peito

talvez por isso seja esta a única vacina para a noite
quando a lua morre antes que se canse a tinta de te amar


11/03/2004

segredos *

Outubro 21, 2004

não há como beber uma longa chávena de cacau lento
sem recordar os teus lábios de sol quando me beijam

com cada gota de calor reaviva-se mais e mais a memória
o lago em chamas onde navegas com a língua
parece inundar as planícies no meu corpo
e o amargo e doce de um arrepio percorre-me as costas
como se os dedos da tua boca caminhassem no meu peito

talvez por isso seja esta a única vacina para a noite
quando a lua morre antes que se canse a tinta de te amar


11/03/2004

ficções *

Outubro 17, 2004

noitenão chove lá fora,mas todas as luzes se parecem com relâmpagos.eu tenho medo de relâmpagos.muito lentamente, sobre este medo, o vento. o vento lento. a espreitar da minha janela para o meu medo.depois a noite que é sempre noite. maldita noite,há momentos em que te preferia morta. a noitee as luzes, que se parecem com relâmpagos,a dirigirem o vento para a minha janela. e o medodos relâmpagos e do assobiar sombrio do vento.a noite a entrar pela minha janela. lentamente.ah malditas noites, iguais a todas as noites, iguais às trevas que eu sou também,eu que aprendi a destruir todas as sedas e a deixar-me devorar para comer,eu que descobri como transformar em água o sangue da poesia dos outros,se não aprender a amar-vos, quero-vos despidas, mortas e devoradas por cães selvagens! ensinem-me agora a amar-vos ou morram e deixem que brilhe o sol pela eternidade. o vento, devagar, a espreitar. a noite, lentamente, a entrar pela minha janela. o assobio sombrio do ventoe as luzes que se parecem com relâmpagos. o medoe o meu medo de relâmpagos. a minha janela e eu, sozinho, na minha cama com a noite. tanto tempo devagar.* 20/12/2003

ficções *

Outubro 17, 2004

noitenão chove lá fora,mas todas as luzes se parecem com relâmpagos.eu tenho medo de relâmpagos.muito lentamente, sobre este medo, o vento. o vento lento. a espreitar da minha janela para o meu medo.depois a noite que é sempre noite. maldita noite,há momentos em que te preferia morta. a noitee as luzes, que se parecem com relâmpagos,a dirigirem o vento para a minha janela. e o medodos relâmpagos e do assobiar sombrio do vento.a noite a entrar pela minha janela. lentamente.ah malditas noites, iguais a todas as noites, iguais às trevas que eu sou também,eu que aprendi a destruir todas as sedas e a deixar-me devorar para comer,eu que descobri como transformar em água o sangue da poesia dos outros,se não aprender a amar-vos, quero-vos despidas, mortas e devoradas por cães selvagens! ensinem-me agora a amar-vos ou morram e deixem que brilhe o sol pela eternidade. o vento, devagar, a espreitar. a noite, lentamente, a entrar pela minha janela. o assobio sombrio do ventoe as luzes que se parecem com relâmpagos. o medoe o meu medo de relâmpagos. a minha janela e eu, sozinho, na minha cama com a noite. tanto tempo devagar.* 20/12/2003

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