Nascimento de uma Supernova
Fevereiro 27, 2012
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Fevereiro 27, 2012
Fevereiro 26, 2012
a Ana tem sido incansável (incansável ainda leva acento?) e olhem que dou muito trabalho.
Fevereiro 26, 2012
no corredor dos frescos
as pessoas amontoam-se
à procura da melhor
e mais verde alface
as bancadas e eu
nascem muito todas as noites e todos os dias
numa folha muito velha mora uma lagarta muito velha
que o infinito fez o favor de enrugar
e o alcatrão pintou
Fevereiro 26, 2012
Fevereiro 25, 2012
todos os poetas são mentirosos
já fiz parte do caminho
Fevereiro 25, 2012
Fevereiro 25, 2012
Só de ouro falso os meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha'alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distancia.
Já não estremeço em face do segredo;
Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de mêdo!
Sou estrêla ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...
Mário de Sá-Carneiro, in 'Dispersão'
Fevereiro 25, 2012
Confias no incerto amanhã? Entregasàs sombras do acaso a resposta inadiável?Aceitas que a diurna inquietação da almasubstitua o riso claro de um corpoque te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,os instantes; e nos lábios dessa que amastemorre um fim de frase, deixando a dúvidadefinitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;e abraças a própria figura do vazio. Então,por que esperas para sair ao encontro da vida,do sopro quente da primavera, das margensvisíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigaráà renúncia de mim próprio --- nem esse olharque me oforece o leito profundo da sua imagem!"Louco, ignora que o destino, por vezes,se confunde com a brevidade do verso. Nuno Júdice
Fevereiro 24, 2012
Fevereiro 24, 2012
Transforma-se o amador na cousa amada,Por virtude do muito imaginar;Não tenho logo mais que desejar,Pois em mim tenho a parte desejada.Se nela está minha alma transformada,Que mais deseja o corpo de alcançar?Em si sómente pode descansar,Pois consigo tal alma está liada.Mas esta linda e pura semideia,Que, como o acidente em seu sujeito,Assim co'a alma minha se conforma,Está no pensamento como ideia;[E] o vivo e puro amor de que sou feito,Como matéria simples busca a forma. Luís de Camões