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Dezembro 29, 2012
o silêncio das sombras
penetra os espelhos de sangue
pendurados nas paredes da lua
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Dezembro 29, 2012
o silêncio das sombras
penetra os espelhos de sangue
pendurados nas paredes da lua
Dezembro 22, 2012
as noites são demasiado curtas
para nelas desenhar tudo que sinto
é por isso que uso a memória do corpo.
o obsceno voo das aves que de manhã
insistem em vir comer às tuas mãos
relembra-me todos os dias o quão curta é a noite
e que há palavras que nela só cabem depois de morrerem.
Dezembro 17, 2012
a poesia bate nas praias, sem amor nem medo,
faz eco do silêncio nas vozes mais mudas,
Dezembro 16, 2012
a imortalidade do infinito
nasce em cada sombra
e na luz das pessoas
mas a mim apoquenta mais
os lábios secos
e os sapinhos na língua
Dezembro 15, 2012
o silêncio das sombras
agita-se no sangue da noite
e a imobilidade do branco
repete-se na pele das casas
como animais transparentes
Dezembro 14, 2012
a voz que me chama
é a dos vidros
e das chamas
eu gosto
quando ela grita
é como se me apertasse
entre o sangue
e os olhos famintos das aves
Dezembro 06, 2012
Dezembro 05, 2012
i.
olhar para ti
é como ver o infinito todo
espelhado na superfície
do corpo
é como ter sangue de serpente
a dançar-me nas feridas da tua falta
ii.
olhar-te
sem poder levantar-me
e abraçar o teu colo
e assassinar a virgindade das cercas
é como soltar a crueldade dos copos
sobre a pele e penas da poesia
iii.
provavelmente
as estrelas brancas e negras
nunca olharão para mim
como nos sonhos
e é por isso que as batalhas
que travo com a memória
são só sombras
e noite
iv.
as noites
são como as de Dostoevski
e a alvura da neve
o caiado das casas
preenche a minha pele
como a tinta de van Gogh
Dezembro 05, 2012
sempre acreditei
na exist^encia dos teus lábios
por ser possível escrever poemas de amor com eles
como Neruda fazia com as palavras
Dezembro 04, 2012
é longa a duração das areias
a matéria que as conhece
adensa o preto
negro já por si
enquanto versos transparentes
teimam em traduzir
lâminas em flores
e grutas na solidão de mel das casas
são uma mentira
as rimas assim escritas