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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

Red Tales

>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

...

Março 14, 2013

penso em cada um dos meus dedos


como cordas muito afiadas


de um violino de vento


que toca sozinho na sombra


de músculos mortos


pela tremenda vontade de ter


asas e pergaminhos


no lugar reservado ao cobre


 


todos os silêncios


estão cheios de mim


cansados do infinito verde


e dos corpos imoveis


cansados do cabelo dos cavalos


e éguas vermelhas e vadias e


vazias.


 


todos os poemas


depois de terminados descem


por montanhas de mel e linho


para encontrarem o vale


de penumbra no


fim dos versos. a imobilidade


silente vem com eles.

...

Março 12, 2013

Semeaste-me no peito
um falcão de fogo peregrino
que me consome das raízes
ao campanário
onde costumava ouvir-se a razão.
Ao sinal de rapina dos teus lábios,
calam-se todos os sinos
e o predador percorre todo o meu corpo
derretendo todos os gelos
e devorando todas as distâncias
até que nada sobre
senão o desejo em chamas
de ser a tua presa, o teu alimento,
a tua noite e tua vida.
Até que o tempo tropece extasiado
e nos arraste na queda
que nos leve ao merecido descanso,
ao repouso apenas permitido à caça
sobre a mesa do caçador,
até que pare o coração único
que bombeia o sangue
pelas artérias que nos unem
nesta aventura que é amar,
o ser que sou
e tudo aquilo que vier a ser
és tu,
é teu.


Algures em 2003

...

Março 10, 2013

não é liso o medo


tem montes e mares


como a morte


 


se um velho disser que não tem medo de nada


mente.


todas as moscas


vivem com medo de deixar de voar


e todos os lobos


vivem com medo do sangue vermelho


de algumas presas

...

Março 09, 2013

tal como os homens


e os outros bichos


também os poemas


nascem e morrem


com  mentiras e dedos


nos intervalos


 


tal como aos homens


e aos outros bichos


mais que compreender


devemos amar


devemos rasgar


os poemas

...

Março 08, 2013

nos vapores de um chá de saudade


os meus lábios espreitam uma chance


de se aquecerem na voz dos líquidos


como rios a correr em leito irregular


 


o universo de sangue vegetal


que repousa nos campos de trigo


faz cada vez menos sentido


no reflexo de vento do vidro


 


já não sei as cores da pele


nem ao que sabem as fontes


esqueci tudo e apenas tu


 


e a tua nudez de carvalho


podia humedecer de novo


a minha língua de ferrugem

...

Março 07, 2013

longe das serras mais verdes, um rio de névoa corre sozinho entre os juncos mais altos duma cara vincada pela imobilidade dos muros. num tempo em que caiem árvores, é a sombra que, quando caiem, fazem sobre os corpos dos amantes que nos salva do infinito. no longínquo delta da névoa, saltam lágrimas silentes dos olhos dos juncos e a falta de oxigénio adensa os vincos e a quietude. a distância a's serras cresce com o nobre andar do rio e os passos longos da névoa marcam o sangue e a pele de um lobo sem asas e já um pouco morto pelos muros.

...

Março 07, 2013

o teu corpo de bailado por acabar


provoca no meu a sede infinita,


o anseio,


que


o leito


das nuvens


provoca ao tempo.


 


mulher,


os teus lábios


sabem dançar


ao som de um sorriso


e atingiram-me como setas.


os teus braços,


afiados,


desferem golpes de pétala


no meu corpo.


as tuas coxas brancas,


apertam-me e despertam


os lobos e raposas


na minha pele,


mas sabes,


estou cansado da subtileza do poema,


o que gostava, mesmo,


era de beber e voar


na tua nudez


e engravidar nela


todos os poemas e


todas as palavras e


todos os ventos.


 

...

Março 06, 2013

escrevo-te como se um grito atravessasse a pele do poema para te dizer o vento, mas muito alto.

...

Março 06, 2013

os poemas


funcionam como murmúrios


do sangue


ainda antes de serem escritos.


infinitos no que dizem,


são como as mãos de um cirurgião


que, firmes, tocam apenas onde querem.

...

Março 04, 2013

o meu maior desejo


era tornar maior o mar


para poder nele caber


o teu sorrir inteiro

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