teste para testar coisas

dar-te a mão

ainda que o mar seja só sangue

e a saudade parta o corpo em pedaços

imponente pantera de todas as cores

camuflada pela lua

a beber em lagos de letras

furtiva

sonho entreaberto

humidade oval da névoa

desejo mistério

lume

lábios de luz

a caminhar em estradas

de suspiros

centro de tudo

delicada casa

do desejo

nuvem imóvel

rumor dos astros

sinto as tuas lágrimas escorrer no meu rosto. dos meus olhos. ardentes na minha pele. quero beijar-te sempre que choras. bebê-las.

serei o delta do teu lume

a única presença da neve na tua pele

a foz

dos teus braços

tu és voz

és vento no rosto

ninho

e seta

és o delírio dos versos

o mistério do brilho

refúgio dos sonhos

porta aberta para o céu

sedução solar

silhueta vermelha

não foi, nunca é, uma opção. não escolhi ansiar assim. não escolhi seguir por esta estrada cheia de curvas. confesso que, no entanto, a cada curva aumenta o meu desejo de te viver. sofro muito por antecipação: o que, em teoria, não faz sentido (as coisas acontecem como têm de acontecer independentemente de sofrermos com elas ou não e de quando começamos a sofrer). apesar de ter consciência deste mau, péssimo, horrível vício e mesmo sabendo que não faz sentido, planeio tudo e sofro com medo de os planos saírem furados.