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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

Red Tales

>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

29

Junho 21, 2023

as minhas mãos cercaram-lhe o corpo, sempre forçando-o contra o meu, acariciando-a até se lhe alojarem no sexo. usando a racha do vestido, deslizei-as para dentro dele, senti-lhe o calor e o desejo. apertei-lhe o interior das coxas. viajei as mãos entre as pernas e o ventre e de volta às pernas, afagando com mãos seguras cada curva. explorei-lhe os pelos púbicos, a humidade e a boca do sexo. penetrei-a com dedos nervosos e movimentámo-nos, disfarçadamente, como se estivéssemos a fazer amor com extrema lentidão. estava ali, com uma mulher linda, formalmente desconhecida, mas há muito imensamente desejada e, talvez por estarmos no meio daquela gente toda, correndo o risco de sermos vistos, o meu pénis e a minha excitação cresceram para lá do que julgava possível.
totalmente louco, agarrei-lhe uma mão, com a ideia, quase obsessiva, de a trazer até mim e senti-la masturbar-me, mesmo que fosse por cima das calças. como que adivinhando o que eu queria, ela aproveitou eu estar a puxar-lhe uma mão para se voltar para mim e, com a outra mão, segurar-me entre as pernas, esfregar e comprimir o meu pénis. como é apenas um pouco mais baixa que eu, ao voltar-se, sendo o espaço entre nós quase inexistente, teve de levantar ligeiramente a cabeça para me olhar nos olhos. o gesto foi lento e aproximou extraordinariamente as nossas bocas. podia sentir-lhe a respiração e o calor excitante. era como se da boca lhe saíssem silhuetas de corpos despidos e entrelaçados. eu fiquei enfeitiçado pelos negros e radiantes caracóis, pela pele morena e pelos olhos claros. ela sorriu e disse-me lentamente:

ESPLANADA DE MEMÓRIA - 10

Junho 09, 2023

certa vez, depois de uma intensa disputa dos corpos, fiquei em total apatia, enquanto lhe contemplava o brilho do rosto. subitamente, despertei dessa letargia e disse-lhe:

- Por vezes, assustas-me!

- O quê? Como assim? – Perguntou, admirada.

- Tanto fulgor no teu sorriso, tanta claridade na tua pele. Chego a duvidar que sejas humana. A cor que agora te cerca parece fazer-te flutuar e salienta a alegria na tua silhueta. Confessa: não és deste planeta, pois não?

- Qual cor, parvinho?

- O amarelo do pólen que libertas!

ambos sorrimos, repousei com suavidade os meus dedos nos seus lábios e deixei que a minha boca caísse lentamente sobre a dela. rapidamente a lentidão se transformou em tempestade e de novo os nossos corpos se entregaram a uma composição de luta e ternura, no entanto silente. um silêncio tão limpo que nele se misturavam o rumor longínquo das ondas e o aroma vibrante a sal. olhando para sul, a subtileza das colunas, enquadrava uma cidade onde todas as ruas eram rio nervoso, onde todas as casas estavam pintadas de vermelho, casas cujas portas se abriam e nunca me negavam refúgio.

ESPLANADA DE MEMÓRIA - 9

Junho 02, 2023

as mãos desciam à fonte e ouviam, em êxtase, o marulhar profundo da terra onde estavam. o som, aquático, era, nos meus dedos, o macio e transparente aconchego do prazer. o corpo dela arqueava e chicoteava. serpenteava, ávido, sobre o meu. dançava ao ritmo dos gemidos que o vento produzia ao atravessar as ranhuras da, ainda distante, porta mal fechada. pensando bem, talvez não fosse o vento que gemia. certas, eram a imobilidade e a ternura no fim da batalha. certo, era o sol a nascer uns degraus acima de nós, a caminhar lento na nossa direção e a eliminar-nos gradualmente as sombras. eram as palavras que lhe apareciam no corpo seminu e eram os poemas que com elas os meus lábios compunham sobre os despojos.

no mármore, cresciam fileiras de pequenas flores amarelas. libertavam, abundante e também amarelo, pólen que se acumulava junto a ela e, como se uma caneta fluorescente lhe realçasse as linhas mais sensuais, destacava-lhe a, já normalmente, cintilante e feérica silhueta.

pensava que éramos discretos, mas era impossível esconder de quem nos conhecia a cumplicidade dos olhares e uma vez um amigo perguntou-me se eu tinha algo mais que amizade com ela. claro que neguei, mas desconfio que a respiração descompassada e o sorriso, inevitável e ligeiramente malicioso, ter-me-ão denunciado. não sei porque o fazíamos, mas o secretismo tornava tudo ainda mais excitante. embora eu hoje ache que toda a gente sabia – incluindo amigos e adultos, incluindo os nossos pais -, na altura, o imaginado secretismo de um beijo era como a nudez de dois amantes.

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