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Março 03, 2013
quero que me dês os teus braços como se o mar nadasse pela pele dos peixes
um dia saberás que as casas colam-se nos meus dedos e que é o teu sorrir que os liberta
nesse infinito e audaz momento em que a espuma das noites atravessa a imobilidade das sombras
e rasga os sonhos mais frageis em pequenos pedaços de fogo como se fossem de vidro ou de vento
a claridade dos espelhos e a longa lucidez dos lagos
tremem perante as tábuas de sangue
que esmagam os escaravelhos mais curiosos ainda em casa
e o fumo das estrelas esconde-se atrás das colunas de estanho
dos antigos palácios de mel e vida dos vendedores de água