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Março 12, 2013
Semeaste-me no peito
um falcão de fogo peregrino
que me consome das raízes
ao campanário
onde costumava ouvir-se a razão.
Ao sinal de rapina dos teus lábios,
calam-se todos os sinos
e o predador percorre todo o meu corpo
derretendo todos os gelos
e devorando todas as distâncias
até que nada sobre
senão o desejo em chamas
de ser a tua presa, o teu alimento,
a tua noite e tua vida.
Até que o tempo tropece extasiado
e nos arraste na queda
que nos leve ao merecido descanso,
ao repouso apenas permitido à caça
sobre a mesa do caçador,
até que pare o coração único
que bombeia o sangue
pelas artérias que nos unem
nesta aventura que é amar,
o ser que sou
e tudo aquilo que vier a ser
és tu,
é teu.
Algures em 2003