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Março 14, 2013
penso em cada um dos meus dedos
como cordas muito afiadas
de um violino de vento
que toca sozinho na sombra
de músculos mortos
pela tremenda vontade de ter
asas e pergaminhos
no lugar reservado ao cobre
todos os silêncios
estão cheios de mim
cansados do infinito verde
e dos corpos imoveis
cansados do cabelo dos cavalos
e éguas vermelhas e vadias e
vazias.
todos os poemas
depois de terminados descem
por montanhas de mel e linho
para encontrarem o vale
de penumbra no
fim dos versos. a imobilidade
silente vem com eles.