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Abril 20, 2013
digo-vos: um poema
também pode ser
a sombra que o sangue faz
quando pinga de um punhal
acabado de usar nas conchas
ou nas pérolas
de lado
até pode dormir no mar
e acordar
numa açorda de bacalhau
como coentros
ou alho esmagado
pelo cabo de uma sirene
ou pelas luzes
azuis e vermelhas
de um carro de vidro e vento
nas mãos feridas de um velho
pescador