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Novembro 17, 2004
- queria sussurrar-te uma pluma de mar ao ouvido, posso?
- sim.
(com os lábios a roçarem-lhe arrepios ao ouvido)
- sente, então, a lenta respiração de um desejo tocar-te por dentro, sentes?
(um arrepio, os olhos fechados e os punhos cerrados)
- sim, mas tenho medo.
(as mãos sobre os ombros, demoradamente as palavras)
- não feches os olhos, não cerres os punhos dessa maneira.
- porquê?
- alguma vez viste os olhos do céu fecharem-se?
- não.
- alguma vez viste os punhos de uma fogueira cerrarem-se dessa maneira?
- não
(silêncio)
- vou usar os lábios e escrever-te lentamente o murmúrio de um desejo no pescoço, quero que sejas o céu e a fogueira.
- tenho medo.
- deixa que se transformem em água as tuas pernas, eu seguro-te.
- sim.
(com os lábios a roçarem-lhe arrepios ao ouvido)
- sente, então, a lenta respiração de um desejo tocar-te por dentro, sentes?
(um arrepio, os olhos fechados e os punhos cerrados)
- sim, mas tenho medo.
(as mãos sobre os ombros, demoradamente as palavras)
- não feches os olhos, não cerres os punhos dessa maneira.
- porquê?
- alguma vez viste os olhos do céu fecharem-se?
- não.
- alguma vez viste os punhos de uma fogueira cerrarem-se dessa maneira?
- não
(silêncio)
- vou usar os lábios e escrever-te lentamente o murmúrio de um desejo no pescoço, quero que sejas o céu e a fogueira.
- tenho medo.
- deixa que se transformem em água as tuas pernas, eu seguro-te.