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Dezembro 20, 2004
vida toupeira, desperdício genético,
na cegueira colectiva faço apenas o que me obrigam.
tão pouco é o ar que respiramos.
catacumbas, espirais, túneis em chamas
que não chegam nem levam a parte alguma do céu
tão pouco é o ar que respiramos.
estou no lado errado da lua.
numa sala, fechada pela orgulhosa ignorância
de um gorila que navega à deriva,
protegendo-se das tempestades de merda,
que ele próprio inventa,
com a máscara do conforto.
tão pouco é o ar que respiramos.
pouco interessa.
tão pouco é o ar que respiramos.
nada que me interesse.
estou rodeado de orgulhosos poços de saber,
profundos abismos oceânicos povoados de conhecimento,
formas de vida desprovidas de vazio,
tudo as preenche na totalidade e,
imagine-se,
basta-lhes uma moeda
para responderem a todas as necessidades.
até eu, cápsula de cianeto, posso mergulhar
e afogar-me nesse mar de erudição,
sem perigar
qualquer outra espécie
viva ou já morta.
no último sopro da toupeira
faço apenas o que me obrigam.
escasso é o ar nestes túneis.
na cegueira colectiva faço apenas o que me obrigam.
tão pouco é o ar que respiramos.
catacumbas, espirais, túneis em chamas
que não chegam nem levam a parte alguma do céu
tão pouco é o ar que respiramos.
estou no lado errado da lua.
numa sala, fechada pela orgulhosa ignorância
de um gorila que navega à deriva,
protegendo-se das tempestades de merda,
que ele próprio inventa,
com a máscara do conforto.
tão pouco é o ar que respiramos.
pouco interessa.
tão pouco é o ar que respiramos.
nada que me interesse.
estou rodeado de orgulhosos poços de saber,
profundos abismos oceânicos povoados de conhecimento,
formas de vida desprovidas de vazio,
tudo as preenche na totalidade e,
imagine-se,
basta-lhes uma moeda
para responderem a todas as necessidades.
até eu, cápsula de cianeto, posso mergulhar
e afogar-me nesse mar de erudição,
sem perigar
qualquer outra espécie
viva ou já morta.
no último sopro da toupeira
faço apenas o que me obrigam.
escasso é o ar nestes túneis.