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Novembro 19, 2004
- Olha, é uma flor do deserto. Pode sobreviver durante meses sem uma gota de água e sem perder nunca aquelas cores.
- É muito bonita.
- É uma lutadora. Pode sobreviver durante...
- Sim. Já disseste.
- Toma.
- Obrigada. Sorrio-te.
- É do deserto.
- Sim.
- Beijas-me?
- Beijo.
- Escrevi-te hoje uma carta. Uma carta de amor.
- E quando vou recebê-la?
- Mais logo.
- Fico feliz por saber que ainda me escreves cartas de amor.
- E eu fico feliz por saber da tua alegria.
- Espera.
- Que foi?
- A tua mão...
- Desculpa, magoei-te?
- Não. Não tem mal. Continua.
- Será que mais alguém se ama desta forma?
- Como assim?
- Como nós...
- Como agora?
- Sim.
- Talvez... não sei.
- Mas é bom podermos conversar enquanto nos amamos, não é?
- É sim.
- Estava com saudades do teu corpo.
- E eu do teu. E do calor.
- Sim. Este calor, sabe bem, não sabe?
- Sim, sabe muito bem.
- Desligamos a televisão?
- Sim, desliga.
- Calamo-nos um pouco agora?
- Sim, mas beija-me novamente.
- Beijo.