D.
Março 07, 2015
A D. é médica, trabalha em apoio domiciliário e vem quase todos os dias ao meu prédio. Há uns dias, ao descer as escadas, fiquei quase paralisado com a maravilhosa visão que tive. No fim das escadas, de costas, a chamar o elevador a D. – a iluminar as escadas e o caminho que tinha que fazer até ela.
Como já tínhamos trocado olhares, sorrisos e algumas palavras enchi-me de coragem e aproximei-me dela. Lentamente. Silenciosamente. Secretamente.
Abracei-a e ela, depois de alguma luta e de ver que era eu, fechou os olhos, relaxou o corpo e entregou-se aos meus braços. Os seus gestos iam-me dizendo o que fazer e disseram-me que queriam que a apertasse mais. Os meus braços acederam de imediato e apertaram ligeiramente mais.
Ao sentir que o meu corpo tremeu quando a apertei mais, gemeu baixinho. Agarrou as minhas mãos. Guiou-as. Pressionou-as contra ela. Colocou-as dentro da blusa. Agitação. Calor. Pele. As minhas mãos pareciam ter vida própria. Ofegantes, extasiadas, loucas de desejo percorriam e exploravam cada recanto que alcançavam.
Num movimento único, gesto contínuo, saí de dentro da blusa dela, segurei-lhe nas mãos e elevei-lhas até ela, com a ligeira inclinação do corpo, alcançar o topo da porta do elevador. Beijei-lhe o pescoço e sussurrei-lhe:
- Quero fazer amor contigo. Posso entrar em ti?
- Aqui? És doido?
- Sou. É o que me fazes. É como me deixas.
Fechou os olhos, fez um momento de silêncio e, com um lento aceno da cabeça, disse que sim e disse-me:
- No elevador. É mais discreto. Estamos mais à vontade.
- Sim, querida. Eu, por mim, estou contigo em qualquer lado. Se preferes: entramos.
Uma vez lá dentro, a D. carregou para o sétimo, mas, enquanto me beijava, enquanto me agarrava a cabeça, enquanto me afogava os lábios com os dela, parou o elevador entre o segundo e o terceiro andar.
Com as mãos nos meus ombros conduziu-me até ao chão, até me ajoelhar diante dela. Segurei-lhe nos tornozelos e subi as mãos pela parte de trás das pernas. Li, nos olhos dela, que desejava a minha boca. Com as mãos empurrei-a até mim e, depois de me esconder dentro da saia dela, lancei-me ao mar com a mesma ânsia que um bando de leões na hora de comer.
O pouco espaço, o risco, os gemidos da D. e a força que fazia na minha cabeça elevavam o desejo e rapidamente a fizeram levantar-me e dizer-me:
- Quero-te agora! Faz amor comigo!