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Dezembro 17, 2004
tenho a imaginação rodeada pelos teus lábios quase fechados
e a respiração (des)controlada pelo vento
na memória das tuas mãos
as serpentinas da saudade agitam-se negras no ar
como se os braços enormes do silêncio
espalhassem sombras no abandono da pele
e o ondular nocturno dos meus olhos
destapasse o ninho de escaravelhos verdes
que se esconde por dentro das flores
preciso muito de saborear a humidade do sangue
ou de adormecer entre o conforto das tuas asas
e o eco de uma palavra que dissolva a chama