EVOLUÇÃO DOS CORPOS
Maio 30, 2025
és agora febre da minha pele
começaste por ser brisa nos lábios
e fizeste-te incêndio nas manhãs
o toque húmido das aves em cio
eu era só espera por silêncios
um corpo gasto de tanto não tocar
ferrugem nos ossos,
eco de gestos repetidos
eu era apenas chão seco sob as magnólias
e tu fizeste-me seiva, flor e boca
deste-me a sede e a urgência do gozo
tu és o relâmpago que me abre as coxas
o trovão que me treme o ventre
arde-me o corpo no teu abrigo