i n s ó n i a
Outubro 22, 2004
tudo o que ficou por fazer,
está vivo esta noite no fantasma
que me habita o corpo despido.
o chão, de madeira encerada,
recolhe-me e faz-se cama,
enterro as unhas nos espaços entre os tacos
e sangro vontades,
mutilo desejos desordenados.
sou uma sombra nocturna
do sol que ardia na fonte das ambições,
nessa fonte que se recusa a secar
mesmo sabendo que a água não salva.
olho para cima e revejo-me no branco,
no vazio que impede a chuva de entrar.
sou eu, ali em cima, uma mentira,
branca,
vazia.
espalho os membros pela sala,
eis-me, um polvo de mil braços,
que se atrapalham na hora de comer.
está vivo esta noite no fantasma
que me habita o corpo despido.
o chão, de madeira encerada,
recolhe-me e faz-se cama,
enterro as unhas nos espaços entre os tacos
e sangro vontades,
mutilo desejos desordenados.
sou uma sombra nocturna
do sol que ardia na fonte das ambições,
nessa fonte que se recusa a secar
mesmo sabendo que a água não salva.
olho para cima e revejo-me no branco,
no vazio que impede a chuva de entrar.
sou eu, ali em cima, uma mentira,
branca,
vazia.
espalho os membros pela sala,
eis-me, um polvo de mil braços,
que se atrapalham na hora de comer.