internamento - a relva na boca
Fevereiro 24, 2023
(continuação daqui)
uma das coisas que quero contar, para ser honesto, não recordo muito bem. no entanto, não posso, mesmo que com imprecisões, deixar de contar isto.
como talvez imaginem, nos primeiros tempos de internamento, com o coma e tal, não ingeria nada pela boca. quando acordei do coma, durante algum tempo, continuei a não ser alimentado nem medicado pela boca, mas ao fim de algum tempo a medicação já me era administrada pela boca, depois faço uma publicação a explicar porque é que não me davam medicação pela boca.
a falta de conveniente atividade da minha boca, os efeitos que alguma medicação tinham nela, os efeitos das secreções e, digo eu, alguma negligência do corpo clínico - as pessoas que me eram próximas e me acompanhavam, nunca imaginaram que isto fosse possível -, permitiram a criação de uma camada fúngica sobre a minha língua, verde e muito semelhante a relva. eu ter tendência a cerrar os dentes também não ajudou a que essa situação fosse detetada antes de chegar àquele ponto. no entanto, insisto, o corpo clínico tinha obrigação de saber que isto podia acontecer e tomar todas as medidas preventivas que fossem necessárias. ou terei sido o primeiro a montar uma estufa na própria boca? se calhar inventei a solução para a futura falta de alimentos.
(continua, eventualmente)