MEMÓRIA DO FOGO - #1 - INTRODUÇÃO
Maio 16, 2025
Tudo começou com o espanto.
Não o espanto de quem vê, mas o de quem reconhece.
Como se o corpo soubesse antes.
Antes do toque, da palavra, da dúvida.
Foi ali que começou o fogo — não o que arde por fora, mas o que se acende dentro e nunca mais apaga.
Estes poemas são isso: o rasto quente do que ficou.
O que se disse, o que se calou,
o que se perdeu devagar,
com medo.
São páginas que respiram no escuro,
onde o silêncio tem o peso de um nome
e a ausência ainda tem forma.
Escrevi-te aqui.
Com tudo o que faltou dizer.