na vila onde o mar espera
Maio 09, 2025
era noite
e o vento vinha nu
das dunas.
não havia casas,
só areia e sal
e o teu corpo a um sopro do meu.
não falavas,
e o vento vinha nu
das dunas.
não havia casas,
só areia e sal
e o teu corpo a um sopro do meu.
não falavas,
mas os teus dedos
tinham a linguagem do lume.
o mar, ao fundo,
respirava como um bicho cansado —
sabia de nós
antes de nós sabermos.
e então
o beijo:
não pedido
não dado —
rasgado
como se a boca fosse
um lugar de naufrágio.
ficou-nos o gosto:
mar,
pele
e o silêncio a arder
devagar.
tinham a linguagem do lume.
o mar, ao fundo,
respirava como um bicho cansado —
sabia de nós
antes de nós sabermos.
e então
o beijo:
não pedido
não dado —
rasgado
como se a boca fosse
um lugar de naufrágio.
ficou-nos o gosto:
mar,
pele
e o silêncio a arder
devagar.