noite
Junho 12, 2004
é quando morre o dia
que mais me fere
a inexistência de uma mão
que me embale
o desejo.
lá fora, tela de Miró,
dentro da tempestade,
néons de dez mil cores
pontilham o manto
que me nego a receber.
espectral,
aproxima-se o desassossego
e vergam-se as árvores
à passagem medonha
do seu assobio.
choro-me
e funde-se-me o corpo
no mesmo vidro
onde chuvas
desenham memórias.
para que o receba
o calor que me resta,
abro as janelas,
inundo-
-me
que mais me fere
a inexistência de uma mão
que me embale
o desejo.
lá fora, tela de Miró,
dentro da tempestade,
néons de dez mil cores
pontilham o manto
que me nego a receber.
espectral,
aproxima-se o desassossego
e vergam-se as árvores
à passagem medonha
do seu assobio.
choro-me
e funde-se-me o corpo
no mesmo vidro
onde chuvas
desenham memórias.
para que o receba
o calor que me resta,
abro as janelas,
inundo-
-me