O Ciúme - BOCAGE
Abril 24, 2012
Entre as tartáreas forjas,sempre acesas,
Jaz aos pés do tremendo,estígio nume,
O carrancudo,o rábido Ciúme,
Ensanguentadas as corruptas presas:
Traçando o plano de cruéis empresas,
Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
Vibra da fauces o letal cardume
De hórridos males ,de hórridas tristezas;
Pelas terríveis Fúrias instigado
Lá sai o Inferno,e para mim se avança
O negro monstro,de áspides toucado:
Olhos em brasa de revés me lança,
Ó dor!Ó raiva,Ó morte!...Ei-lo a meu lado,
Ferrando as garras na vipérea trança.
BOCAGE