ODE AO CORPO
Maio 07, 2025
é dentro da tua boca
que evolui o fogo:
fulgente;
forte.
no teu peito
gritos viris
e a mansidão do leite:
sedutores.
depois, o teu ventre,
onde arde um lume brando,
onde a boca se perde
e a carne aprende.
e entre as tuas coxas,
o silêncio pulsa,
quente,
como um bosque em chamas.
nos teus pés
repousa o cansaço do gozo,
trémulos,
ainda cheios de caminho.
no rastro do teu corpo,
fica acesa a memória:
um perfume,
um arder intemporal.