outubro 2011
Outubro 01, 2011
maldito este infinito que teima em manter-me preso a esta cama. um dia, não muito distante, espero, vou acordar e serrá-lo ao meio. como se fosse um cacho de uvas, vou vindimá-lo sem qualquer piedade. martelá-lo. esmurrá-lo. amá-lo.
31-10
para a Maria Teresa Dias
há pessoas que são verdes
como árvores
e azuis
como rochas
esculpidas pelo infinito
nos vales e serras
de países que estão perto
13-10
castelos de sombra nos olhos
facas de sangue no corpo
palha no lugar do cabelo
musculado e bonito
o meu filho é um espanto
12-10
linda essa lua no teu cabelo
magnífico esse mar na tua boca
12-10
o mar crepitava
nas paredes do quarto
de João Luís, o Impaciente
que limitava-se a bater
com a caneta na secretária
de madeira verde.
A lareira acesa
cantava
canções de amor
a João Luís, o Impaciente
que continuava a bater
com a caneta na secretária
de madeira agora preta.
11-10
a neblina nasce na relva como a incerteza nasce
o vento nasce na copa de UMA árvore muito antiga
e arde-me nos olhos chorosos e vermelhos de sono
11-10
a elegância de uma sereia
percorre-me o corpo lentamente
e enquanto ele se dobra em dor
os braços esticam-se em dúvidas
6-10