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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

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>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

Sabores de Amor

Abril 07, 2012

 


São tantos os sabores que experimento em teu corpo,
que chego a pensar serem sonhos os paladares deste amor louco.
De costas para o meu prazer, o teu volume de serpente
provoca o meu querer e concede-me o espaço e o tempo que preciso.
Oiço os aromas da tua pele a fantasiarem as canções selvagens
que o teu espírito imprime a este congregar de emoções desordenadas
e permito que os meus lábios dancem no teu pescoço de cisne
ao som das melodias que os meus dedos ensaiam no teu ventre.
Voltas-te, e as duas pérolas que te adornam o coração, beijam o meu peito
num generoso poema de palavras meigas, são toques de frescura
esses toques ministrados por tão preciosas serras de seda. Depois o beijo
e aquele arrepio que quando os nossos lábios se tocam percorre
todo o meu corpo paralisando-o. Por momentos, os sentidos adormecem
e perco o sentido das coisas. Por momentos perco a força, as armas
e os escudos. Por momentos, sonho e sou sonho, perco a memória,
os medos e as recordações. Por momentos, sinto-te entrar no meu corpo
e usar o meu sangue para distribuir pela intimidade a poção mágica
que transforma os sonhos na realidade que se confunde com o próprio sonhar.
Embalados pela insensatez da ternura, caiem-me os braços
para que possam as mãos dedicar-se à vontade da alquimia
que nos une para além da comprensão da mortalidade. O áspero
toque de linho que veste os meus dedos, percorre cada pormenor
do mar imenso que dorme nas tuas costas e mergulha em cada onda
que alcança. Arqueias o corpo, fugindo ao beijo que nos unia
e de olhos penetrantes anuncias o teu desejo. Ajoelho-me
perante tão divina súplica, mas faço-o também porque me move
uma sede secreta de ti. De braços abertos, acorrentado às colunas de ouro
que suportam o palácio onde habita o meu deleite, olho a fonte
que me dará de beber e, guiado por papoilas vermelho desejo, inclino-me
para saciar o deserto com a água feita cristal que veste e aquece
esse secreto que tanto anseio. Tremem as outrora sólidas colunas
que te sustentam, pequena gigantesca árvore do prazer, tremem ao
toque do meu íntimo desejo de te beber até me afogar na água
que te escorre pelas pernas, até me afogar no calor do teu sangue, até
me afogar e sufocar preso entre as chamas e o incêndio e. Deitas-te.
Dispo-te de todas as pétalas do teu corpo e vejo a serpente arquear-se
incessantemente no leito do desejo. Não se possui uma serpente do mesmo
modo que. Falta-me o ar quando com as mãos. E regresso. Espalho a minha pele
sobre a tua pele. Estamos unidos, vestidos pela mesma música. Sincronizados
com o bater do coração do mundo que já não existe. Envolve-me o calor do sol
que plantas no peito sempre que amanheces para mim. Os teus olhos cor de ti
partem do espaço que já não ocupamos e gritam-me aos ouvidos palavras
com a textura da volúpia ao mesmo tempo que raios de lua me ajudam
a chegar ao lado mais profundo da lua. Somos um só sabor, uma só musica,
um só grito, um só perfume e um só corpo. Sou-te. És-me. Amo-te.


 


(n sei a data certa, m é de Janeiro de 2003)



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