segredos *
Julho 30, 2004
nunca as palavras me pareceram tão inúteis. deveriam ter dedos e unhas e mãos as palavras e a poesia. há uma árvore de trapos envenenados a crescer-me na luz e não há palavras que lhe sequem a sombra. houvesse pelo menos uma mão a sufocar-lhe as raízes e seria mais fácil ouvir esta música que entra pelas janelas. por todas estas janelas que antes se pareciam com poemas, como todos os poemas se pareciam com janelas, mas todas as janelas são vidros foscos e todos os poemas estão já escritos como se portas seladas fossem. todos os poemas estão já escritos e acabados ou não seriam ainda poemas.* 25/04/2004