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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

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Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

Sofia

Agosto 19, 2018

Pelas janelas entra uma claridade só comparável com a luz das palavras que lhe navegam na língua como relâmpagos lentos. O calor é igual ao que lhe corre nas veias. Na pele escorrem-lhe gotas do meu desejo. Visões da sua nudez são a manhã e renovam como ela. Acordar ao lado da Sofia supera até adormecer com ela. Especialmente se acordar antes dela. Fico a ver-lhe o corpo despido e é como ver o Sol beijar o Verão. O furor.

Repito o ritual de outras manhãs: passeio as costas dos dedos pelo seu peito adormecido – pela perfeição que esconde atrás do alvo cetim que veste e que apenas lhe tapa parte do corpo. Consigo imaginar-lhe a pele despida, ligeiramente arrepiada a implorar o toque. Escondo os dedos no cabelo dela e acordo-a com um beijo suave nos lábios.

Assim que acorda, a Sofia transforma a minha boca no palco de uma luta viva entre o desejo e o amor. Olhamo-nos. Ofegantes. Os olhos dela estão meio fechados e meio revirados. Como que antecipam o que se avizinha.

Eu estava deitado sobre ela. Com os cotovelos ao lado dela e apoiados na cama para não lhe pesar demasiado. Uns segundos a beijar-me os lábios chegaram para aumentar até ao limite do suportável a temperatura do meu corpo. Guiado pelo seu insinuante e suave sorriso, levei a minha mão para o interior da sua blusa. Experimentei-lhe primeiro a lisura, maciez e calor do ventre e, conforme a mão subia em direção ao peito, a Sofia ia-me orientando com murmúrios, sussurrados gemidos – que prendia entre a língua e o céu – e arqueando com força o corpo. A minha respiração era descompassada. Travei o ar dentro do peito na tentativa de a controlar, mas não resultou. Quando lhe toquei no peito, senti-lhe as unhas cravarem-se e viajarem nas minhas costas. Soltei o ar num suspiro e, de novo, a respiração se descontrolou. O que eu sentia quando lhe tocava no peito rígido e, ao mesmo tempo, macio – quente e, ao mesmo tempo, fresco – era muito superior ao que conseguia controlar dentro de mim.

 

(continua, eventualmente)

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