Solidão
Janeiro 11, 2021
o vinilo gasto dos clássicos já não toca na velha aparelhagem da sala. já não há ninguém aos saltinhos pela casa. nem gritos. já ninguém escorrega no saco de laranjas, a fazer rir os restantes. já não há o único bolo de chocolate possível de fazer. o pequeno quarto, forrado a páginas de revistas, também já não existe. já ninguém tira fotografias. não há ninguém a chorar num qualquer canto. tudo o que existe são paredes distorcidas pela humidade do tempo.