LATE NIGHT SECRETS
Fevereiro 03, 2007
Em dias como o de hoje (frios?), gosto de ler autores estrangeiros sobre Portugal e os seus. Ainda que no e pelo passado.
Jorge Luís Borges, em tradução de Miguel Tamen.
A L U Í S D E C A M Õ E S
Jorge Luís Borges, O Fazedor, DIFEL
Sem lástima e sem ira o tempo arromba
As heróicas espadas. Pobre e triste
À tua pátria nostálgica voltaste,
Ó capitão, para nela morrer
E com ela. No mágico deserto
Tinha-se a flor de Portugal perdido
e o áspero espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu costado aberto.
Quero saber se áquem da ribeira
Última compreendeste humildemente
Que tudo o perdido, o Ocidente
E o Oriente, o aço e a bandeira,
Perduraria (alheio a toda a humana
Mutação) na tua Eneida Lusitana.