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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

Red Tales

>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

tenho sede de ti...

Janeiro 06, 2021

tenho sede de ti, dos cintilantes relâmpagos, de escorregar no fogo. da tua boca húmida. do orvalho e da tua cama. das tuas mãos afiadas. anseio um dia voltar à ondulação grossa na tua língua e à ausência de tempo que os teus olhos conseguem. anseio voltar a pendurar-me no parapeito das janelas no castelo de trigo dourado. se são lágrimas as palavras é porque chove e a minha sede é imortal. amo-te. quer dizer: amo-te. estou submerso e estico o braço, procuro a tua mão entre a chuva.

.

Dezembro 13, 2020

melhores ou piores, vestidas ou nuas, cada uma das palavras por mim escritas é amor e tu estás em todas elas. tenho saudades de ter vontade de chorar quando te beijava. tenho saudades dessa exaltação que me assaltava. tenho saudades de tremer e de esperar por ti. tenho saudades de não ter saudades.

.

Dezembro 11, 2020

Tenho todas as saudades possíveis. Todas que existem. Os momentos contigo eram sempre demasiado velozes, mas a todos recordo e todas essas memórias me atravessam com lentidão: os nossos corpos misturavam-se como ondas sinceras e areia. Como relâmpagos claros a caírem na água. No mar. A tua voz. As nossas mãos, cruzadas com a força que tínhamos. Caminhávamos sempre juntos e tudo me parecia uma só coisa. A areia que pisávamos prendia-se aos pés e era azul. 

Outra vez o mar. Por vezes ainda o sinto clamar. Oiço a tua voz lá dentro. O meu nome era-te tão fácil. Talvez, hoje, a tua boca seja um reflexo desse mar. Ou talvez sejas tu toda esse reflexo e seja por isso que te trago na pele, no grito e no sangue. Serás sempre azul.

Havia noites de tanto frio, com o vento a uivar e o gelo a entrar, em forma gasosa, como fumo ou névoa, pelas aberturas entre duas peças de roupa e a roçar-se na nossa pele como se pedacinhos de vidro fosse. E nós despíamo-nos e os olhos e os corpos enlaçados derrotavam a borrasca e as rajadas. E a noite fazia-se curta e azul.

.

Dezembro 02, 2020

sinto falta da tua voz. da ternura com que me embalava. da serenidade com que sorria na minha face e pintava quadros coloridos nos meus sonhos. sinto falta de regressar às tuas mãos; dos teus dedos a desenharem luas e estrelas no ar; dos arrepios. abraço a memória e é como se o mar me estivesse entre os braços, como água. o nosso mar. os teus dedos. a recordação do teu sorriso. da forma erótica dos teus olhos. da maneira como, com eles, engolias o mar. da maneira como, com eles, me engolias. sinto falta do sabor a fruta madura da tua boca.

Saudade

Novembro 19, 2020

nunca estou sozinho quando estou sozinho

 

apesar da madrugada ser sombra e névoa

sempre a memória da voz me acompanha

mas há sempre uma faca nas minhas pernas

ou uma lua ferida que me entra pelos olhos

.

Novembro 16, 2020

por mais que mergulhe

nenhuma água me lava da tua ausência

daquela sensação de solidão que arrepia

e da explosão sufocante de animais espavoridos

 

nem relâmpagos sem chuva aquecem florestas

como a mim me aquece a memória

da seriedade que era ternura disfarçada

ou do fresco calor na pele de um anjo  

 

amo-te como se um pássaro te voasse dentro

como se nas tuas mãos crescessem cerejas

e no teu ventre deslizassem fogueiras  

 

no meu peito correm lágrimas

no lugar vermelho do sangue

ou a recordação ardente do corpo

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