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Red Tales

(...) cá estou eu, por aqui, a fingir que sou eu que por aqui estou (...)

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>> Cuidemos de Todos Cuidando de Nós <<

 

Alguns dos textos aqui contidos são de cariz sexual e só devem ser lidos por maiores de 18 anos e por quem tiver uma mente aberta. Se sentir algum tipo de desconforto com isso ou se não tiver os 18 anos ou mais, por favor SAIA agora.

SONHO

Janeiro 22, 2025

há uns dias sonhei que os teus lábios eram uma fonte de água cristalina e de elevada pureza. o brilho refletia-se neles como gotas de mel atravessadas por incendiados raios solares. era só um sonho, mas era muito aproximado à realidade. provavelmente, nada, no mundo inteiro, exerce sobre os meus lábios o magnetismo que os teus conseguem.

estávamos sozinhos em um apertado elevador e o pouco espaço entre nós juntava-se ao silêncio e a um intenso cruzar de, laterais e disfarçados, olhares para tornar quase palpável a tensão que existia entre nós.

uma sensação de lentidão apoderou-se de nós e do ambiente ao nosso redor. até a nossa respiração era lenta. não sei por iniciativa de quem, mas os nossos dedos tocaram-se. nesse momento abriu-se um largo e, de novo, lento sorriso no nosso rosto. posicionei-me em frente a ti, muito próximo de ti, subi as mãos pelos flancos do teu corpo, até atingir e segurar ambos os lados do teu rosto. a proximidade das nossas bocas e a firmeza com que cruzávamos olhares gritavam desejo. os teus lábios ansiosos e o teu corpo trémulo uniam-se às ligeiramente fechadas pálpebras para me indicarem o próximo passo. com a suavidade que o nervosismo me permitia, ainda com as mãos no teu rosto, orientei a tua boca na direção da minha. não seria um sonho se a minha boca não tivesse mergulhado na tua e as nossas línguas não se envolvessem em uma lenta, mas sôfrega, luta por território.

quando os nossos lábios se tocaram, de imediato um véu de erotismo cobriu os nossos, agora despidos, corpos. depois da boca, beijei-te o pescoço e segredei-te imagens . os beijos eram voluptuosos, unos e acompanhados pela segura lentidão das carícias de cada um no corpo do outro. voltei à humidade da tua boca. enquanto, no sonho, os nossos lábios continuavam colados, fisicamente, senti a tua língua derrotar a minha e, com suavidade, recolher por toda a minha boca os despojos da vitória.

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Dezembro 07, 2020

acordei para o sonho. ao meu redor: de novo ternura. passei a noite com ela nos lábios – e na boca – e na pele. o dia já se faz de Sol. de calor. ela é o dia. a manhã fresca. ela é o meu desconforme: a desproporcionada largura que as palavras me permitem. de noite faço do seu sono o meu abrigo. resguardo dos meus desejos. estou sedento e bebo as manhãs que nascem com ela: na claridade do seu corpo despido. mesmo adormecida, faz amor com os caminhos tortuosos da minha mente, com um relâmpago imaginado no corpo já contorcido pelo orgasmo. olho-a e sei que existe a palavra certa, mas tenho apenas o infinito para ela e pode ser pouco: tenho medo.

.

Novembro 27, 2020

tens a pele que percorro nos sonhos. a lisura por onde, todas as noites, escorrego até ao campo de tulipas lilases no teu ventre. na difícil espuma da rebentação, na intacta memória e na geometria do corpo, a tua pele é a colher cheia de mel, a estrada lisa que me liga ao amor.

tens a voz que se eleva do mar como se fosse o Sol a nascer no horizonte. sei, pelos arrepios que me provoca, que é a tua voz, mas vejo-a como manta solar ou como eterna fogueira que me arde no sangue. é um mundo de gemidos que me penetra pela mente e ocupa todos os caminhos até ao coração.

é tão óbvio que já deve ter sido dito: lembrar-te no passado, permite-me desejar um futuro contigo presente. no teu sorriso longo, fulgor que vai além do infinito, fica o nascimento. sonho em descer as suas vertentes e navegar nos teus lábios até às margens do teu beijo. por enquanto, tenho apenas o silêncio ardente dos pássaros, a solidão das estrelas e a cruel navegação da saudade no corpo. é silêncio o rumor do mar na geometria do teu sorriso. a única lei que existe é a do teu sorriso, é nele que repousam o infinito e o sonho, é a ele que devemos as serras e a poesia. sem ele eu sei que nada morre, mas os rios secam e o ar rareia, sem ele sobra apenas a cegueira.

em cada um dos teus olhos, permanentes quimeras que o universo desenha na minha cama com dedos de fogo, é possível adivinhar o lume e conseguem-se ver o mar, os rios e a terra molhada.

só nas nuvens se consegue escrever as tuas mãos e apenas no calor é que elas se movem lentas. inerente ao prazer do toque está a tua respiração e a energia que ela transmite e revela aos sismos.

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