um poema
Novembro 09, 2004
primeiro pergunto-me se poderá um poema,
com todos os seus braços e escalas lentas,
nascer do vento e da água na boca do céu.
depois vejo um comboio de vidro e de fumo,
ao relento, a tilintar palavras de vapor
contra os olhos azuis da terra e do mar,
e a resposta surge como a fotografia de um deus:
vertiginosa em toda a amplitude do sangue.
um poema poderá sempre ser o seu nascimento,
como quando uma nuvem de letras brancas
surge no horizonte das mãos e dos dedos,
para dançar com os crepúsculos de sal,
para crescer no ventre das árvores de fruto
como se o mel e o medo lhe pintassem os lábios,
como se o coração dos versos voasse devagar
até ao lago de visões onde navegam os sonhos.
com todos os seus braços e escalas lentas,
nascer do vento e da água na boca do céu.
depois vejo um comboio de vidro e de fumo,
ao relento, a tilintar palavras de vapor
contra os olhos azuis da terra e do mar,
e a resposta surge como a fotografia de um deus:
vertiginosa em toda a amplitude do sangue.
um poema poderá sempre ser o seu nascimento,
como quando uma nuvem de letras brancas
surge no horizonte das mãos e dos dedos,
para dançar com os crepúsculos de sal,
para crescer no ventre das árvores de fruto
como se o mel e o medo lhe pintassem os lábios,
como se o coração dos versos voasse devagar
até ao lago de visões onde navegam os sonhos.