uma lenta respiração na condensação do silêncio
Junho 09, 2004
os meus dedos penetravam a terra humedecida pelo desejo,
e eu sabia ser aquela a última vez que, inundado por palavras,
poderia desenhar uma lenta respiração na condensação do silêncio.
tentei, por isso, escrever um verso nos seios do adeus prematuro,
mas as letras, que escorriam desordenadas como o sangue de um pinheiro,
e os joelhos, que eram como um animal que me apertava entre os dentes,
impediram o poema e foi a língua que lhe tatuou na carne a última lágrima.
e eu sabia ser aquela a última vez que, inundado por palavras,
poderia desenhar uma lenta respiração na condensação do silêncio.
tentei, por isso, escrever um verso nos seios do adeus prematuro,
mas as letras, que escorriam desordenadas como o sangue de um pinheiro,
e os joelhos, que eram como um animal que me apertava entre os dentes,
impediram o poema e foi a língua que lhe tatuou na carne a última lágrima.